Novo prazo para conclusão é dezembro de 2026, mas concessionária e governo dão informações desencontradas. Artesp nega que haja paralisação

Matagais, pontos de passagem de pedestres alagados, constantes desvios no trajeto de veículos, áreas perigosas sem luz elétrica, falta de sinalização, caminhos no barro por falta de calçadas, mudanças repentinas no trânsito.
Iniciada em 2002, a obra de duplicação da rodovia Castelo Branco tem acumulado desconfortos para a população de Barueri desde então e os constantes adiamentos no prazo de conclusão sempre foram tolerados com a perspectiva de que um dia a cidade será beneficiada com as mudanças.
Em novembro de 2024, a CCR ViaOeste perdeu a concessão para continuar administrando a estrada para a EcoRodovias, que assumiria também parte da Raposo Tavares em março. A duplicação da Castelo, no entanto, continuaria com a CCR até o fim, como previsto em contrato.
No entanto, com a paralisação da obra no fim de 2024, a preocupação é de que tudo seja abandonado, como costuma ocorrer com muitas obras públicas. Em Barueri, recentemente um canteiro foi montado na região central, próximo ao cemitério, para instalação do Corredor Oeste. Depois de anos de incômodo e abandono, ele foi simplesmente desmontado sem produzir nenhum benefício.
Atualmente, a preocupação é que algo parecido aconteça com a duplicação da Castelo, e os responsáveis não contribuem para acabar com a incerteza.
A primeira data anunciada para a conclusão da obra era meados de 2024. Depois, foi alterada para dezembro deste ano. Agora, com a paralisação dos trabalhos, fala-se em “final de 2026”. Mas nem os responsáveis se entendem.
Em resposta a questionamentos do Barueri na Rede, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), órgão do governo do estado responsável por fiscalizar as estradas paulistas, negou que as obras tenham sido paralisadas, apesar de todas as evidências. Afirmou que, “por questões contratuais, foi necessária a contratação de uma nova empreiteira para os serviços de melhorias na SP-280”.
Portanto, de acordo com a agência, uma empresa tomará o lugar da CCR ViaOeste, que tocava o projeto até agora. Diz ainda que o contrato com a nova concessionária da estrada, a EcoRodovias, “prevê a continuidade dessas obras mesmo após transferência da concessão, se necessário”.
Já a ViaOeste, também em resposta ao BnR, disse que a paralisação das obras, negada pela Artesp, ocorreu porque “foram encontradas interferências não programadas como, por exemplo, rede de água, gás e esgoto”. Ainda segundo a empresa, estas intercorrências exigem atuações não previstas e o consequentemente deslocamento do cronograma de obras, sem explicar porque toda a obra foi paralisada.
A companhia afirma ainda que “elaborou novo cronograma com entregas parciais, conforme os trechos forem liberados e conclusão em dezembro de 2026”.
Ou seja, a CCR ViaOeste diz que levará a obra até o fim, enquanto a Artesp afirma que precisou ser contratada outra empresa. Por enquanto, a única coisa certa em toda a história foi o corte de centenas de árvores da região central da cidade, algumas muito antigas.